Jorge Amado: a recepção de sua obra sob os diferentes enfoques de críticos literários brasileiros e estrangeiros e do leitor comum

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Data
2024-02-28
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UNEB
Resumo

A recepção da obra do escritor Jorge Amado, desde o seu surgimento até a contemporaneidade, é alvo de controvérsias a respeito de seu real valor literário por parte de críticos e/ou teóricos da literatura brasileira. A partir desse pressuposto, surgiram, então, questionamentos acerca de como se daria a recepção de sua obra junto a outros tipos de públicos. Considerando-se que há divergentes vieses na recepção da obra de Jorge Amado, cuja valoração dependerá do tipo de leitor que a recepciona, aqui delimitados aos pertencentes a grupos de críticos/teóricos brasileiros, de críticos/estudiosos estrangeiros e de leitor comum, buscou-se investigar, por meio da confrontação de opiniões/apreciações colhidas de integrantes desses grupos, quais seriam esses diferentes enfoques e suas possíveis razões, relacionando tal exame sempre que possível às obras constituidoras do corpus literário deste estudo, quais sejam, Capitães da Areia (1937), A morte e a morte de Quincas Berro Dágua (1959) e Mar Morto (1936). Das pesquisas iniciais, realizadas pelo método qualitativo, elaborou-se um levantamento bibliográfico, histórico e atual sobre os conceitos imprescindíveis ao desenvolvimento da pesquisa, tais como os definidos no âmbito da moderna Teoria da Recepção, notadamente, as da vertente da Estética da Recepção, por sua nova visão do leitor enquanto instância fundamental na verificação do caráter estético de uma obra literária, a partir dos estudos de teóricos como Jauss (1994), Barthes (1968 e 1987), Iser (1996) e Lima (1979), e das estudiosas brasileiras, Zappone (2009) e Zilberman (1989). No que se refere à tentativa de identificação dos critérios subjacentes ao exercício da avaliação crítica, fez-se necessário, preliminarmente, apresentar e discutir alguns conceitos de crítica, bem como traçar um breve histórico de seu exercício no Brasil, por meio do estudo de obras de teóricos como Gilberto Mendonça Teles (A escrituração da escrita: teoria e prática do texto literário, 1996), Fábio Lucas (O poliedro da crítica, de 2009), Roland Barthes (Crítica e Verdade, 2007), Fábio Akcelrud Durão (O que é crítica literária?, 2016) e Roberto Reis (“Canon”, em Palavras da crítica,1992). No capítulo dedicado à reprodução e confrontação das opiniões de críticos nacionais e estrangeiros e do leitor comum em relação à produção amadiana, exibiu-se um rol formado, respectivamente, pelos reconhecidos brasileiros Alceu Amoroso Lima, Alfredo Bosi, Antonio Candido, Luiz Costa Lima, Otto Maria Carpeaux, José Castello e Ana Maria Machado; estrangeiros Sudha Swarnakar, Claude Guméry-Emery, Mia Couto, Jean Roche e Malcom Silverman, e da obra de Márcia Rios da Silva, O rumor das cartas: um estudo da recepção de Jorge Amado (2006), da qual colhemos o material referente às apreciações do leitor comum. Da análise do corpus literário amadiano, momento destinado ao levantamento das características estilísticas e formais próprias de cada romance, as quais foram perquiridas com base em parâmetros de caráter mais pragmático, como linguagem, âmbito (universal versus regional), estrutura/gramática, personagens, enredo/narrativa e função social, é possível inferir que todas, além de atenderem satisfatoriamente a tais requisitos, extrapola-os, ao apresentarem elementos próprios e contrários aos requisitos preestabelecidos pelo cânone, constituindo, assim, seu caráter de literariedade.


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